Transparência e sustentabilidade na pecuária amazônica
Como garantir que toda a cadeia de valor de carne bovina da Amazônia respeite compromissos sociais e ambientais, com transparência? Uma ação articulada entre a ONG Imaflora, Ministério Público Federal (MPF) e grandes empresas de alimentos forneceu uma resposta para ajudar a solucionar esse problema: a plataforma Boi na Linha.
Ela permite acesso a sistemas, ferramentas, dados e laudos técnicos para que seja possível construir um ciclo de produção e venda de gado livre de desmatamento ilegal. Assim, todos os envolvidos nesse processo, incluindo indústrias, redes de supermercados e investidores, podem utilizar o sistema para encontrar as informações necessárias para cumprir suas obrigações. O serviço ainda permite que o consumidor identifique as empresas que participam da iniciativa.
“O programa Boi na Linha foi um importante avanço para a sustentabilidade da atividade pecuária na Amazônia”, declara o procurador da República Rafael Rocha. “Ajuda o MPF a dar mais transparência sobre os acordos. Além disso, a parceria rendeu alguns produtos, como o protocolo unificado de monitoramento e o protocolo unificado de monitoramento e o protocolo unificado de auditoria, que está sendo construído junto a representantes do setor produtivo”.
A coordenadora de projetos na Iniciativa de Clima e Cadeias Agropecuárias do Imaflora, Isabel Garcia Drigo, explica que o programa nasceu da necessidade de harmonizar as regras oficiais e facilitar a aplicação das políticas públicas. “Esse trabalho levou também à assinatura do Protocolo de Monitoramento de Fornecedores de Gado da Amazônia, em 2020. O desafio, agora, é incluir no sistema os fornecedores de gado de produtores de fazendas menores, espalhadas por toda a região”.
Ações concretas
A JBS, segunda maior indústria de alimentos do mundo e líder global no setor de proteína, também se destaca como participante ativa do desenvolvimento do Boi na Linha. Há mais de uma década, a empresa investe em ações socioambientais concretas em toda sua cadeia de valor e, recentemente, assumiu o compromisso de ser Net Zero até 2040 – ou seja, vai zerar o balanço de suas emissões de gases causadores do efeito estufa, reduzindo a intensidade de emissões diretas e indiretas e compensando toda a emissão residual.
A companhia foi uma das primeiras do setor a investir em políticas e novas tecnologias para combater, desencorajar e eliminar o desmatamento ilegal na cadeia de fornecimento da JBS no Bioma Amazônia. Desde 2009, as fazendas que entregam animais para a JBS na região são monitoradas por imagens de satélite e dados georreferenciados das propriedades. “Nosso sistema de monitoramento abrange 54 milhões de hectares, uma área maior que o território da Alemanha”, diz Márcio Nappo, diretor de sustentabilidade da JBS.
A empresa agora lidera a iniciativa da plataforma Pecuária Transparente, uma ferramenta que utiliza tecnologia blockchain para estender as práticas de controle socioambientais para os fornecedores de de gado de seus fornecedores.
Para saber mais sobre a plataforma Boi na Linha e conhecer as empresas que já firmaram seus compromissos com o programa, acesse https://www.boinalinha.org/.
*Artigo publicado originalmente no portal Veja.
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