Notícias
26.06.22

Pecuarista cria ração que reduz emissão de gás metano por bovinos

Descoberta do morador de Rondonópolis, que é professor de química, chegou até o Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo.

Um pecuarista de Mato Grosso desenvolveu, meio que por acaso, uma dieta para bois confinados que ajuda a controlar as emissões do gás metano que vem da ruminação bovina.
A descoberta de Márcio Jorge, morador de Rondonópolis e que cria 300 cabeças de boi, foram até parar no Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo, em Sertãozinho, onde pesquisadores estudam a emissão de gases da atividade pecuária.

E como o pecuarista descobriu?

Márcio contou para o Globo Rural que tudo começou por conta de um item da dieta convencional dos animais que estava sendo difícil oferecer para todos: o volumoso — capim que deve ser dado para o boi junto com milho na dieta convencional.
Como é engenheiro florestal e professor de química, resolveu que queria mexer nas fórmulas já existentes da ração sem volumoso, que exige alguns aditivos.

Ele, então, acrescentou na ração moléculas tratadas de lisina e taurina, que são aminoácidos que melhoram a digestão e o desempenho do gado. Esses elementos controlam o excesso de ácido produzido no rúmen dos animais.

A fórmula deu tão certo que, em 2006, ele abriu uma fábrica de ração para vender o produto — devidamente registrado no Ministério da Agricultura. No ano passado, cerca de 300 mil animais confinados foram engordados com essa dieta desenvolvida por ele.
E, com a nova fórmula, Márcio buscou ainda resolver o problema da falta do volumoso na ração. Ele conseguiu, mas acabou acertando naquilo que ele nem imaginava.

A descoberta

Márcio verificou que o gado estava ruminando muito menos, o que faz com que diminua a produção do gás metano — fruto do processo digestivo de ruminantes e um dos responsáveis pelo aquecimento global.
A descoberta chegou até o Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo, no município de Sertãozinho.
Os pesquisadores separaram o gado em três piquetes, cada um com 12 bois em um sistema de confinamento. E foi constatado que os animais que consumiram a ração sem volumoso, desenvolvida pelo Márcio, emitiram 77% menos de gás metano: apenas 60 gramas por dia.
Já os animais que comeram a dieta controle — com volumoso, concentrado e antibiótico — emitiram 261 gramas de metano por dia. E o grupo que comeu a dieta dois — com algas e sem antibiótico — emitiu 15% a menos: 220 gramas.

Comunicação GTPS

comunicacao@gtps.org.br
+55 (11) 98945-5217