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02.02.21

Parceria entre JBS e criadores quer criar modelo de pecuária sustentável no Cerrado

Em 2020, 13 pecuaristas, com 32 mil animais e mais de 50 mil hectares de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente no total, iniciaram a primeira fase do projeto – quando as fazendas são avaliadas para, a partir das métricas obtidas, estabelecerem um plano de ação.

Os primeiros resultados do levantamento indicam um grupo já avançado na intensificação, mas ainda com problemas na parte ambiental. “Na dimensão ambiental, as fazendas ainda estão deixando a desejar”, destaca José Carlos Pedreira, coordenador-executivo da Liga do Araguaia.

Os indicadores obtidos a partir de métricas desenvolvidas pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola Associação civil sem fins lucrativos (Imaflora) apresentaram piores resultados justamente na área ambiental, onde 22% das fazendas não atenderam aos critérios de regularização ambiental.

“Num grupo como esse, tem fazenda que até hoje não tem mapa. Como é que o sujeito está tocando o negócio há todo esse tempo?”, completa Pedreira.

A ideia é que, a partir da comparação de resultados entre si, os pecuaristas tracem um plano de ação junto com as consultorias para melhorarem seus indicadores, explica Dias.

“Pelo lado produtivo, 95% das fazendas são muito bem geridas. Isso não quer dizer que elas não tenham oportunidade. Elas podem ir muito além. Porque elas não fizeram integração ainda, não intensificaram seus pastos, mas estão já com o foco na produção”, destaca o diretor de relacionamento da Friboi.

Ele reconhece que o grupo atendido pelo projeto destaca-se em relação à média nacional. “A gente pegou um time que 78% está no grupo das bacanas para parte ambiental e social porque essa é a filosofia deles, eles já estão abertos para isso”, aponta.

O coordenador-executivo da Liga do Araguaia explica que essa intensificação, contudo, também representa riscos para o meio ambiente caso ultrapasse a capacidade de suporte das pastagens – o que reforça a necessidade de acesso à assistência técnica e ao apoio de consultorias.

“O sujeito trabalha gestão produtiva e econômica, melhora a pastagem, aumenta a lotação, só que existe um limite pra isso e que não é dado pelo sistema produtivo propriamente. Um desses indicadores é a remoção de carbono que essas pastagens promovem”, observa Pedreira.

Quando considerado o balanço de emissões de carbono das fazendas participantes do projeto, a heterogeneidade do grupo fica ainda mais evidente.

Com apenas duas propriedades com sistemas integrados, os números individuais de 2019/2020 vão de uma emissão de 1.011 toneladas de carbono equivalente até a uma captação de 23.098 toneladas de carbono equivalente – caso de uma das duas fazendas que associam lavoura e pecuária. “Elas é que são boas. As outras dez não são”, aponta Dias, ao destacar o objetivo do projeto.

“Nós temos uma proposta muito clara e que está provada, não é uma hipótese. A gente sabe que fazendas que praticam integração lavoura-pecuária aumentam sua lotação, adubam seus pastos, reduzem a emissão de carbono e têm muito menos necessidade de qualquer abertura de área, que hoje é o maior problema. E o que a gente quer é que outros fazendeiros vejam isso e que esse modelo seja replicado”, conclui o diretor de Relacionamento com o Pecuarista da Friboi.

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