Danone, multinacionais e ONGs formam coalizão para pedir tratado global ambicioso contra poluição plástica
Nomes como Nestlé, PepsiCo, Ikea, Unilever, Danone e Coca-Cola fazem parte do movimento

Com um histórico de anos trabalhando ao lado de empresas no desenvolvimento de uma economia circular, a Fundação Ellen MacArthur, em parceria com a WWF, lança nesta quarta-feira (21) a Coalizão Empresarial para um Tratado Global de Plásticos, movimento que reúne 83 organizações globais, entre empresas, instituições financeiras e ONGs, que compartilham uma visão sobre a necessidade da criação de projetos que resolvam a crise da poluição plástica para as próximas gerações.
Como parte do movimento, as empresas buscam influenciar a agenda do Tratado Global para Acabar com a Poluição Plástica, documento em desenvolvimento pela Organização das Nações Unidas (ONU) que marca o primeiro acordo global voltado para essa questão.
“Embora este seja um tratado negociado por Estados, é importante que as empresas participem fornecendo evidências e recomendações que possam mostrar ao setor produtivo que o caminho da sustentabilidade não é o fim dos negócios”, explica Luísa Santiago, líder da Fundação Ellen MacArthur na América Latina, em entrevista à Época NEGÓCIOS.
O texto final do documento da ONU será concluído em 2024. Até lá, a coalizão empresarial espera contribuir com o estabelecimento de metas, regras e obrigações comuns que os Estados-membros deverão implementar dentro de suas jurisdições nacionais. Para empresas e investidores, isso significa criar condições equitativas e evitar um emaranhado de soluções desconectadas.
Economia circular
Grandes nomes como Nestlé, PepsiCo, IKEA, Unilever, Danone, Coca-Cola Company e Rockefeller estão entre as organizações que fazem parte do movimento e veem o tratado global como uma oportunidade para acelerar o progresso da economia.
“Essa é uma oportunidade crítica para abordar as barreiras sistêmicas à circularidade dos plásticos, incluindo aquelas ligadas a sistemas de coleta, infraestrutura de reutilização e disponibilidade de material reciclado”, diz Henri Bruxelles, diretor de sustentabilidade e desenvolvimento estratégico de negócios da Danone. “Apoiamos fortemente a Coalizão Empresarial porque queremos ajudar a conseguir um tratado eficaz, com objetivos claros e medidas políticas robustas”, conclui.
A lista de organizações que integram o movimento destaca empresas em toda a cadeia de valor dos plásticos. A intenção é que essa pluralidade ajude a trazer soluções mais efetivas como propostas para o tratado da ONU. “Muitas ações governamentais, como coletar resíduos ou limpar praias, focam apenas em remediar o problema. As empresas, no entanto, possuem visão de negócios, mecanismos e inovações que podem criar políticas capazes de resolver o problema”, explica Santiago.
Entre as propostas da Coalizão Empresarial está a redução da produção e do uso de plástico por meio de uma abordagem de economia circular. Isso inclui o aumento da circulação do plástico necessário, além da prevenção e da solução de vazamentos de micro e macroplásticos no meio ambiente.
“Propomos uma estrutura que deixe a abordagem comercial convencional de lado e nos leve a uma nova era onde acabar com a poluição plástica está finalmente ao nosso alcance”, resume Erin Simon, vice-presidente e Head de Resíduos Plásticos e Negócios da WWF.
A Coalizão Empresarial permanecerá ativa até a conclusão do tratado em 2024. Até lá, a expectativa é que mais empresas e instituições entrem para a iniciativa por meio da Fundação Ellen MacArthur.
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