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05.09.21

Cadeia pecuária reúne iniciativas que mostram ser possível desenvolver uma produção sustentável na Amazônia

As ações fazem parte da base de dados do MIPS, ferramenta que reúne práticas sustentáveis do setor pecuário em andamento no Brasil

O Mapa de Iniciativas da Pecuária Sustentável (MIPS) é uma ferramenta que reúne e monitora iniciativas sustentáveis da cadeia pecuária em andamento no Brasil. No Dia da Amazônia, celebrado em 5 de setembro, o destaque fica por conta de três ações que favorecem a preservação do bioma e valorizam produtores rurais engajados com a proteção ambiental.

Entre as ações em andamento que favorecem o bioma amazônico estão: Semeando Sustentabilidade em Apuí, coordenado pelo Idesam; Terramaz em Paragominas, do Cirad; e o Programa Territórios Inclusivos e Sustentáveis na Amazônia, do Solidaridad Brasil – membro associado do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS). São projetos voltados à pecuária que apresentam impactos econômicos positivos aos pecuaristas com a mitigação dos impactos ambientais na Amazônia.

SEMEANDO SUSTENTABILIDADE EM APUÍ

No caso do Semeando Sustentabilidade em Apuí, município do interior do Amazonas, a ONG Idesam conseguiu impactar na produtividade e na lucratividade de algumas fazendas da região. Isso significa mais animais em uma mesma área, mais lucro para o produtor e menor impacto ambiental.

De acordo com a coordenadora do projeto, Marina Reia, a iniciativa surgiu da necessidade de buscar uma nova lógica para o desenvolvimento ambiental, social e econômico do município. “Nosso principal objetivo é criar estruturas e fortalecer ações de sustentabilidade no nível local”, destaca.

Segundo ela, até o momento, a produtividade dos atendidos passou de 0,75 unidade animal por hectare (UA/ha) para 2,5 UA/ha. O lucro por hectare/ano subiu de R$ 500,00 para R$ 1.800,00.

PROJETO TERRAMAZ EM PARAGOMINAS

O Terramaz, em Paragominas no Pará, buscou parcerias com a Embrapa, a Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e a prefeitura do município, para trabalhar desde a educação financeira, a recuperação de áreas de preservação, a produção de baixo carbono, até projetos com reservas indígenas e o reforço da participação das comunidades rurais no desenvolvimento territorial. Até 2024 a expectativa de investimento é de € 700 mil, que equivale a cerca de R$ 4,2 milhões na conversão atual.

“O projeto apoia a prefeitura na elaboração do microzoneamento municipal, com base em cartografia de aptidões do solo, visando melhorar em todo território a produção de serviços ecossistêmicos, tanto na esfera econômica – com maior produção agropecuária – como ambiental, regulando melhor os ciclos de água e carbono e formando matriz florestal com alto nível de conectividade”, esclarece René Poccard-Chapuis, que é pesquisador e coordenador do projeto.

PROGRAMA TERRITÓRIOS INCLUSIVOS E SUSTENTÁVEIS NA AMAZÔNIA

Desde 2016, o Solidaridad Brasil já investiu cerca de R$ 4 milhões no programa Territórios Inclusivos e Sustentáveis na Amazônia. Como resultado, já conseguiu reduzir a taxa de desmatamento das propriedades envolvidas em 50%, incluiu mais de 200 famílias em um programa de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER), que tiveram sua renda aumentada em 51% em função do incremento de produtividade nos sistemas de cacau e pecuária.

“Ainda em 2021, a Solidaridad iniciará uma aceleração e ampliação do modelo na região, com aporte de recursos do Fundo JBS pela Amazônia. O ganho de escala beneficiará diretamente 1.500 famílias e impactará positivamente 75 mil hectares de terra dos municípios de Novo Repartimento, Pacajá, Anapu e Altamira”, pontua o gerente de pecuária e cacau da instituição, Paulo Lima.

MIPS – MAPA DE INICIATIVAS DA PECUÁRIA SUSTENTÁVEL

O MIPS é uma ferramenta do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável. De acordo com o presidente do Grupo, Sergio Schuler, as iniciativas que fazem parte da base de dados buscam promover uma pecuária moderna, que acontece em harmonia com o meio ambiente. O MIPS está disponível neste link (https://gtps.org.br/mips/), onde é possível conhecer as ações e solicitar o cadastro de novas iniciativas.

“Essas e outras iniciativas são bons exemplos da pecuária sustentável e estão em consonância com o compromisso público do GTPS de implementação do Código Florestal e de repúdio às ações ilegais. A disseminação do conhecimento e o acesso à informação são importantes para o cumprimento da nossa missão de desenvolver uma pecuária cada vez mais sustentável no Brasil”, finaliza o presidente do Grupo, Sergio Schuler.

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